sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Hoje é dia de luta feminista!

Na verdade todo dia é dia de se lutar, buscar seus direitos e concretização de projetos, e combater desigualdades e opressões. Por isso, o blog traz a matéria publica no Jornal do Coletivo de Estudantes Kizomba, de elaboração da Kizomba Lilás, que retrata a luta ideal por um mundo não-sexista e machista, assim como o chamamento para a grande marcha programada para março de 2010. Mas acompanhem a matéria, pois elas próprias são protagonistas desta luta, que deve envolver toda a sociedade.

Novos desafios e muitos motivos para continuarmos mobilizadas
(Jornal Número 4 - Outubro/Novembro de 2009 – disponível em www.kizomba.org.br)

Se um novo período do movimento estudantil se inicia com a eleição da nova diretoria da UNE, podemos afirmar que ele será marcado pela continuação da nossa luta feminista. Viemos de um momento muito importante no qual colocamos o debate da legalização do aborto como central para a entidade e, através dos debates nas universidades, aproximamos muitas meninas e ganhamos algumas para o feminismo. Conseguimos organizar grandes intervenções nos espaços gerais da UNE, como o ato contra a CPI do aborto no 51° CONUNE.

Agora, temos que continuar mobilizadas, fortalecendo os nossos coletivos nas Universidades, para avançarmos cada vez mais no combate ao machismo. E é importante que as ações dos nossos coletivos extrapolem os muros das Universidades, pois sabemos que o machismo está presente em toda sociedade. Para essa luta, temos alguns desafios colocados: o combate ao racismo e a construção das ações de 2010, em conjunto com a Marcha Mundial das Mulheres, são alguns deles.

Sabemos que as mulheres negras hoje ocupam os piores patamares nas pesquisas estatísticas sobre educação e saúde, sendo o perfil que mais sofre com a criminalização e não legalização do aborto, com o trabalho informal e precarizado, e com a violência sexual. Além do quê, a mídia insiste em não reconhecê-las como agentes sociais, considerando as como produtos sexuais nos carnavais e propagandeando-as como mercadoria brasileira no exterior.

Por acreditarmos que um outro mundo é possível, nós, mulheres feministas, marcharemos, novamente, para combatermos o machismo, o racismo e todas as formas de opressão. Marcharemos do dia 8 ao dia 18 de março de 2010 de Campinas a São Paulo.

Para essa ação, é muito importante a organização nos estados e nos municípios, pois este será um espaço de denúncia, reivindicação e formação política.

Sabemos que alguns aspectos atingem diretamente as mulheres jovens. Os meios de comunicação, por exemplo, vendem a todo tempo um padrão de beleza em que a mulher perfeita é magra, alta, branca, de cabelos lisos e loiros. Essa mesma mulher é mercantilizada a todo tempo nas propagandas de cerveja, carros e etc.

Outra realidade de exploração e opressão das mulheres é a indústria de cosméticos. Exploração porque as mulheres que trabalham com a venda de produtos como Natura e Avon são submetidas às precárias condições de trabalho deste ramo da indústria e são expostas às diversas formas de opressão.

Além do mais, tais mulheres sofrem uma interferência negativa na construção de sua subjetividade, sendo induzidas ao consumo desses produtos para se adequarem a um padrão de sociabilidade. A pesquisa e produção farmacêutica, que deveriam estar voltadas para a superação das mazelas e doenças da sociedade, caíram numa lógica neoliberal e o que interessa é o lucro a todo custo, mesmo que, para conquista deste, diversas mulheres se tornem reféns de antidepressivos, laxantes, e outros medicamentos de dependência. Nesse contexto, não podemos esquecer também a lucrativa indústria de anticoncepcionais, que coloca apenas para as mulheres a responsabilidade da reprodução.

Esses são apenas alguns dos motivos que temos para mobilizar as mulheres em todo país para marcharmos juntas.

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