terça-feira, 2 de março de 2010

Pesquisadores ensinam a fazer cerveja em casa e com frutas regionais

Da Redação
Agência Pará

Loira, gelada, com álcool, sem álcool, de chocolate, light. Ela possui vários tipos e denominações e tem pelo menos 10 mil anos de existência, sendo apreciada primeiramente pelos povos da antiga Mesopotâmia e pelos egípcios. Assim é a cerveja, bebida cujo consumo aumenta 0,28% no Brasil, sempre que aumenta o calor. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), que indica o Brasil como o quarto maior consumidor de cerveja no mundo, perdendo apenas para a China, Estados Unidos e Alemanha. Na região Norte, em que as temperaturas ultrapassam os 34 graus, são muitos os que se rendem à apreciação da bebida.


Pesquisadores do curso de Tecnologia Agroindustrial, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), após um trabalho de conclusão de curso, passaram a desenvolver cursos de extensão que ensinam a arte de produzir cerveja em casa, com baixo custo e fácil produção. Tudo com uma diferença: elas podem ter o sabor de frutas regionais, como cupuaçu, bacuri e manga.


"Para se ter uma boa cerveja basta a cevada, lúpulo, levedura e uma boa água. A fabricação é muito simples; já realizamos com sucesso a produção de cervejas de frutos da região, e também de maçã, acerola, morango e abacaxi. Em princípio, pode ser feito cerveja de qualquer fruta", diz Marcos Eger, pesquisador responsável pelos cursos.


As cervejas produzidas no curso possuem um teor alcoólico de 1,3 a 5%. Até agora, a produção realizada nos laboratórios de tecnologia se limita a 20 litros, ou seja, 33 garrafas de 600 ml.


Com a fabricação caseira, pequenos produtores do Estado poderiam se beneficiar com a criação de microcervejarias de frutas regionais. "Na Alemanha, por exemplo, não existem grandes cervejarias, o que existe são pequenas cervejarias que atendem à pequenas regiões. Se fabricada no interior do Estado, por exemplo, teríamos um produto próprio, de baixo teor alcoólico, rico em proteínas e que pode gerar um bom lucro, já que o custo é pequeno e pode ser vendido por um valor mais baixo do que o cobrado por outras cervejas", diz.


De acordo com o pesquisador, o mais importante na fabricação caseira da cerveja é a higiene. "Para uma produção pequena e caseira, com muita higiene e cuidado, após sete dias fermentando dentro da garrafa, é só abrir e apreciar, já que nesse caso a produção não deve ser armazenada e, sim, consumida após pronta. Já para ser comercializada, há uma série de análises, especificações e normas a serem cumpridas para que essa cerveja passe a ser vendida", esclarece.


A próxima ação é aproximar as comunidades do interior junto aos núcleos da Uepa neste projeto. Já foram realizados cursos em Belém, Paragominas, Marabá e recentemente em Cametá, onde os pesquisadores convidaram os empresários locais para experimentar a cerveja de acerola. A cerveja é produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada, e acredita-se que tenha sido das primeiras bebidas com álcool a serem desenvolvidas pelo ser humano. A produção da cerveja tem um total de 15 etapas, que vão desde a separação dos grãos, moagem e maltagem, até a fervura, masturação, pasteurização e armazenamento.


À princípio, os cursos de cervejaria são para os alunos de tecnologia agroindustrial, mas podem ser solicitados por outras instituições na coordenação do curso, que fica no Centro de Ciências Naturais (CCNT/Uepa), localizado na travessa Enéas Pinheiro, 2626, Marco, Belém.


Ascom - Uepa

ps.: o jeito é degustar.

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