Estamos prestes de mais uma Copa do Mundo de futebol masculino, agora na África do Sul - um país de melhor desempenho econômico da África, mas que sofre com as mazelas sociais e com as heranças do regime segregador do Apartheid.
Só que esta Copa é bastante emblemática - por ser a primeira no continente eminentemente povoado por negros, o mais pobre do planeta, e por fugir do eixo dos países ricos e desenvolvidos. E se pensando aos megainvestimentos que este evento demanda - construção de grandes estádios, logística de transportes, de comunicação, de segurança, entre outros,- a discussão se recai do retorno à população local, em termos de benefícios e melhorias no seu cotidiano - esta a principal propaganda para se levar a Copa à África do Sul.
Mas o que se percebe que pouco vai mudar a realidade (pelo menos de forma imediata)e a vida dos sofridos sul-africanos, que padecem ainda com baixos salários, qualidade na educação, na saúde (principalmente com a AIDS) e perspectiva de vida.
Bom mesmo é conferir o documentário "Fahrenheit 2010", produzido pela tv portuguesa RTP, que levanta questões e questionamentos sobre os impactos à população sul-africana, especialmente a maioria negra.
Agora, pelas terras tupiniquis, já estão acesas as esperanças por mais um êxito do escrete canarinho, mesmo com as discordâncias do elenco convocado por Dunga (como o Ganso cairia bem no time!). O assunto Copa do Mundo domina a mídia, enfeita ruas e veículos e muda a rotina dos brasileiros. Em dias de jogos do Brasil é quase feriado no país.
O interessante é que parece que nos momentos dos jogos as diferenças sociais são reduzidas ou mitigadas, nao tem diferença entre ricos e pobres, brancos e negros, pessoas de direita e de esquerda, azulinos e bicolores...tudo em volta da Seleção. Basta o clima de união (pelo menos em 90 minutos) para que torcedores das mais diversas estirpes concentrem-se ao redor de uma TV, seja de 14 polegadas, seja em High Definition.
Vamos acompanhar!
Na imagem, bairro de Soweto, em Johannesburgo, símbolo da libertação da África do Sul. Retirada do blog da jornalista Marília Ruiz.
É, meu amor... As diversidades parecem diminuir mesmo. Exceto papão e azulino, que não dá mesmo!! rsrsrs. Não achas, contudo, que essa maquiagem sai fácil demais? se, por um lado, a copa acontece no continente africano pela primeira vez, quem está aproveitando é a minoria rica e- que estranho fato- branca, em cujo bairro foi construído o estádio. Enquanto eu e você compramos bandeirolas para enfeitar a casa, tem gente aqui do nosso lado sem ter o que comer no dia do jogo... E o dinheiro que poderia ser investido no mundo inteiro para diminuir essa diferença, foi para a construção de um belo estádio de futebol, na África do Sul, em um bairro rico e predominantemente branco.
ResponderExcluirContradições, meu amor, que a Copa maqueia, mas não atenua. Pelo contrário, às vezes escracha.