quinta-feira, 29 de julho de 2010

O que é o PIG? E no Pará...

O QUE É O PIG? (disponível no Wikipédia)
PIG: Partido da Imprensa Golpista. O termo é utilizado para se referir à qualidade do jornalismo praticado pelos grandes veículos de comunicação do Brasil, que seria, segundo seus criadores e utilizadores, demasiadamente conservador e que teria o intuito de derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros de seu governo de forma constante.

De acordo com Paulo Henrique Amorim, o termo PIG pode ser definido da seguinte forma:

Em nenhuma democracia séria do mundo jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político — o PiG, Partido da Imprensa Golpista

A revista Veja, por outro lado, em editorial de agosto de 2004 criticando a tentativa de criação do Conselho Federal de Jornalismo (classificado pela publicação como um "ataque à liberdade de imprensa" por parte do Governo Lula), escreveu que "a qualidade da imprensa deve ser sempre medida por seu grau de independência nas relações com os governos", que seriam "tanto melhores quanto mais [preservassem] a liberdade de seus críticos".

Amorim sustenta ainda que a imprensa brasileira seria golpista sempre que o presidente da república é de origem trabalhista, ao mesmo tempo a imprensa nunca publicaria absolutamente nada contra presidentes de origem não trabalhista. O PIG, segundo ele, teria sua origem com Carlos Lacerda, que ajudou a "matar Getúlio Vargas"; teria continuado travando sua luta contra Juscelino Kubitscheck e João Goulart, até se aliar à ditadura militar; teria perseguido o governo Brizola; e agora conspiraria contra o governo Lula.

O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos declarou, em entrevista à revista Carta Capital em 2005: "A grande imprensa levou Getúlio ao suicídio com base em nada; quase impediu Juscelino de tomar posse, com base em nada; levou Jânio à renúncia, aproveitando-se da maluquice dele, com base em nada; a tentativa de impedir a posse de Goulart com base em nada". Na opinião de Santos o papel da imprensa livre é o de "tomar conta, sim. Desestabilizar, não. A estabilidade não pode depender de militar, nem da Igreja, nem da imprensa". J.R. Guzzo, colunista de Veja, escreveu em julho de 2009 questionando o termo "PIG" e reclamando que quando a imprensa publica denúncias é acusada por governistas de "desestabilizar" o Brasil.

A expressão também fez parte de um discurso do deputado federal pernambucano Fernando Ferro, do Partido dos Trabalhadores (PT), em que sugeriu que Arnaldo Jabor assumisse o cargo de presidente do PIG.

Na opinião de Marcus Figueiredo, cientista político ligado ao Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) os grandes jornais de circulação nacional do Brasil "adotam um híbrido entre dois modelos de pluralismo: formalmente, no discurso ético de autoqualificação diante dos leitores, procuram associar-se aos conceitos e rituais de objetividade do jornalismo americano, como é possível constatar nos slogans, diretrizes oficiais, manuais de redação, cursos de jornalismo. No entanto, na produção do impresso diário, o que vimos são diferenças no tratamento conferido aos candidatos, de amplificação de certos temas negativamente associados a Lula, contraposto à benevolência no tratamento de temas espinhosos relacionados aos seus adversários".

Para Roberto Romano, filósofo da Unicamp, "toda vez que é cobrado e criticado, [o presidente Luiz Inácio Lula da Silva] volta à cantilena das elites golpistas, da imprensa golpista e apela para a sustentação entre as massas e os movimentos sociais

O jornalista Maurício Dias, colunista de Carta Capital, expressa opinião semelhante ao dizer, traçando um paralelo entre a grande imprensa brasileira e a FOX News (acusada pela diretora de Comunicações da Casa Branca de operar "como um setor de comunicações do Partido Republicano") que a mídia brasileira é dirigida por uma única orientação: "o candidato do PT não pode vencer".

Composição
Segundo Paulo Henrique Amorim, seriam três as famílias que manipulariam a opinião pública, dominariam e condicionariam o noticiário de todo o país, através dos seus órgãos de imprensa: os Marinho (Organizações Globo), os Frias (Grupo Folha) e os Mesquita (Grupo Estado).

A Internet e o PIG
Para o jornalista e escritor Fernando Soares Campos, "sem a internet, dificilmente Lula teria sido eleito; se fosse, não assumiria; se assumisse, teria sido golpeado com muita facilidade. O PIG é forte, é Golias, mas a internet [está] assim de Davi!". Para Campos, a existência da Internet interferiria com o monopólio da informação por parte dos grandes grupos midiáticos, e essa interferência dificultaria os golpes.

Segundo o Observatório da Imprensa, a Internet teria criado dificuldades para a grande mídia brasileira dar o suposto golpe no Governo Lula como ocorreu com Jango (presidente da República entre 1961 e 1964, quando começou a ditadura militar). Na atualidade, com múltiplos meios de comunicação — muitos baseados em livre troca de informações entre as pessoas — controle da informação teria se tornado mais complexo, devido à grande facilidade de se buscar informações de fontes diversas sobre o assunto

E no Pará temos comportamento da imprensa local bem semelhado ao PIG Nacional. Ultimamente, bem mais capitaneado pelo Jornal Diário do Pará, numa constante e diária ofensiva ao Governo do Estado. E olha que O Liberal tomava essa postura num passado próximo; digamos que o hoje está mais light.

Voltando ao Diário do Pará, tem-se mostrado como o "anti-diário oficial do estado" - a tudo se contrapõe. Afinal, qual interesse de tanta informação desviada e tendenciosa?! O que o reino dos Barbalhos nos diz?!


Um comentário:

  1. O PIG é uma realidade (muito interessante o termo e a crítica tácita, por sinal), nojenta e insistente. Também cheira mal a imprensa pró-governo... Quando será que vamos aprender a abrir os olhos tanto para o que gostamos, quanto para o outro lado, sem vir cheios de maniqueísmos? Não existem os bons e os maus. Estão sempre misturados, intrincados. Um às vezes sobressai o outro e aí formamos nossas opiniões, mas elas não podem nos cegar. A imprensa nunca será neutra, no entanto deveria permitir-se esse exercício, mostrar tudo, deixar que a gente escolha o lado. Serpa que consegue?
    Beijos, mô!

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